Gravadora: Sony/BMG
Preço médio: R$ 25
14/11/2007
BRITNEY SPEARS
"Blackout"
Após "In The Zone" (2003) e os quatro anos de hiato musical que se seguiram com forte exposição de Britney Spears na mídia, o aguardado "Blackout" surpreendeu. O disco não é catártico, mas soa brilhantemente bem na sua proposta pop-dançante.
Apesar dos diversos escândalos que tumultuam a vida pessoal da cantora, Britney Spears reafirmou a condição de estrela do pop com o álbum, ainda que boa parte do resultado se dê pela primorosa produção de nomes como a dupla Bloodshy & Avant --que também participou de "In The Zone"-- e Nate "Danjahandz" Hills, que utilizaram muitos efeitos eletrônicos e vocais de apoio.
Em "Blackout" Britney incorpora hits com competência, faz dançar, convida para a libertação de padrões, cria fetiches e se diverte nas faixas sem se preocupar com o que os outros vão pensar.
"It's Britney, bitch" [É Britney, cadela], anuncia a cantora com uma risadinha "maldosa" no começo de "Gimme More", single lançado na Internet antes do álbum e que acumulou 179 mil downloads logo no início de outubro, alcançando o terceiro lugar na lista da Billboard. O segundo hit do disco, "Piece Of Me", que já obteve o 65º lugar no ranking, mostra a velha Britney em seu tom sexy peculiar.
Aí vem "Break The Ice", com arranjos que lembram funk carioca, e logo depois o melhor hit do disco, a electro "Heaven On Earth". Ideal para pistas. Outros tiros certeiros são "Hot As Ice" e "Ooh Ooh Baby".
Os títulos das músicas tratam de situações familiares ultimamente na vida da norte-americana, a exemplo de "Get Naked (I Got a Plan)" ["Fique Nu (Eu Tenho um Plano) --a cantora apareceu sem calcinhas no ano passado ao lado de Paris Hilton em baladas e de calcinha e sutiã em uma praia próxima a Malibu na California este ano]. Em "Why Should I Be Sad?" ["Por que Eu Deveria Ficar Triste?"] parece que ela canta para o ex-marido, Kelvin Federline, com quem disputa judicialmente a já perdida guarda dos filhos. No hip hop de "Freakshow" ["Show de Aberrações"], ela parece reconhecer as situações bizarras nas quais vem se metendo.
A cantora escorrega em "Radar", de doer os ouvidos e cheia de rimas chatas. É quando a voz de Britney soa bastante irritante.
Com a mistura de dance-pop e hip hop, sob muitos efeitos eletrônicos, além de "hits-chiclete", "Blackout" mostra que o pop de Britney está longe de ser destruído por seus problemas pessoais. (
GABRIELA BELÉM)