Gravadora: EMI
Preço médio: R$ 27
16/07/2008
COLDPLAY
"Viva La Vida or Death And All His Friends"
Três anos após "X&Y", o quarteto britânico Coldplay volta com "Viva La Vida or Death And All His Friends", seu quarto disco de estúdio. O lançamento conta com a produção do respeitado Brian Eno, responsável por trabalhar com nomes como David Bowie, Devo e U2. Se em outras ocasiões a produção de Eno surge logo de cara, em "Viva La Vida" ela é notada mais em pequenos detalhes, como no clima etéreo que permeia o todo, por exemplo.
O disco abre com uma faixa instrumental, a galopante e animada "Life In Technicolor", seguida por "Cemeteries Of London", cuja grandiosidade e bons arranjos surpreendem. "Lost!" é arrastada e não empolga, mas "42", que lembra Radiohead e Arcade Fire em determinados momentos, tem potencial para ser a melhor do álbum.
Outro ponto alto de "Viva La Vida" é "Lovers In Japan", com piano e bateria que saltam aos ouvidos logo de cara. Na mesma faixa aparece "Reign Of Love", cuja lentidão funciona bem. "Yes" tem um bonito arranjo de cordas, mas é "Chinease Sleep Chant", a música "escondida" que surge depois do quarto minuto, quem rouba a cena ao apresentar fortes influências de My Bloody Valentine.
Os singles "Viva La Vida" e "Violet Hill" são as mais burocráticas do álbum e, não fossem músicas de trabalho, poderiam passar despercebidas. Na seqüência vem a simplória "Strawberry Swing", que não convence. O álbum fecha com "Death And All His Friends", alternando momentos de grandeza e calmaria na medida certa.
"Viva La Vida or Death And All His Friends" tem seu título inspirado pela artista mexicana Frida Kahlo, traz uma pintura do francês Delacroix na capa e surgiu com a promessa de ser revolucionário. Embora não o seja, é um disco que deve superar as expectativas dos fãs e agradar ouvidos menos exigentes, principalmente por ser notável o esforço do quarteto em fugir de uma de suas marcas registradas: a falta de ousadia.
(FLAVIO SEIXLACK)