PETER FRAMPTON

Frampton Comes Alive 2

Um dos clichês máximos do jornalismo musical é falar sobre os exageros do rock progressivo e sua deposição, no final da década de 70, pelo punk rock.

Pois bem, os ingleses eram felizes e não sabiam, já que os punks e new wavers norte-americanos tinham inimigos muito mais mortíferos para combater, como Eagles, Fleetwood Mac e, é claro, Peter Frampton, maiores representantes do chamado "cocaine-rock", e suas superproduções, composições e arranjos radiofônicos de vendagens multimilionárias.

Quando foi lançado em 1976, o álbum ao vivo "Frampton Comes Alive" se consagrou como um dos discos mais bem-sucedidos de todos os tempos até então, com mais de 15 milhões de cópias vendidas. Hits como "Show Me The Way", "Baby I Love Your Ways" e "Breaking All The Rules" eram entoados por multidões de fãs nas arenas dos Estados Unidos. Bem ou mal, Frampton empolgava as massas e foi, durante algum tempo, um dos maiores artistas pop do mundo.

O problema é tentar repetir a fórmula quase 20 anos depois neste "Frampton Comes Alive 2". Para começar, uma suposta seqüência de um dos maiores clássicos do rock de arena num teatro já demonstra o estado melancólico em que o artista se encontrava nos anos 90. Os fãs, porém, já beirando a meia idade, demonstram felizes sua apreciação e acendem isqueiros com a convicção de quem está no Maracanã.

E é isso o que melhor traduz a experiência deste DVD. Se para as novas gerações atravessar as mais de duas horas de show pode ser uma experiência penosa, quem viveu o lado mais comportado dos anos 70 e não se importa com os rumos da música nas últimas décadas irá se deliciar com este desfile de sucessos.(PC)