FERNANDA PORTO

Giramundo

Fernanda Porto, que se consagrou com a mistura de drum'n'bass e MPB que recheava seu primeiro disco, de 2002, chega a seu segundo CD, "Giramundo". A cantora evoca em seu currículo estudos de música erudita contemporânea e deixa escapar nomes de compositores como Varèse e Stockhausen, além de exibir um prestigioso aval do professor alemão de estética musical Joachim-Hans Koellreutter. Mas, passado o clima de "novidade" do casamento bossa-drum'n'bass presente em sua estréia, o que sobra da música de Porto agora fica muito mais perto das "aventuras" de Daniela Mercury com a música eletrônica do que do vanguardismo de que a cantora se vangloria. Versos tolos, como "dinheiro devia morar no coração, onde tudo é de graça", ou o mal ajambrado dueto com Chico Buarque na regravação de "Roda Viva" também não ajudam em nada. (Antonio Farinaci)