FOO FIGHTERS

"Echoes, Silence, Patience & Grace"

Você imaginaria que o Foo Fighters faria música instrumental ou baladas românticas, com pegadas folk e pianos que remetem aos dos Beatles e Rolling Stones? Pois bem, é esse ecletismo sonoro, repleto de diferentes vertentes de rock and roll e melodias ainda mais pop, a principal --e valiosa-- marca do novo CD, "Echoes, Silence, Patience & Grace".

O disco começa aparentemente calmo, com "The Pretender", que logo se mostra um hit típico dos Foo Fighters, com batidas fortes de bateria, guitarras "nervosinhas" e refrãos pop. A música intercala fúria punk-rock e vocais que imploram por atenção de uma suposta pretendente.

Depois chega "Let It Die". Bingo. Aí é que se percebe a diferença do Foo Fighters de antes e o de hoje. Ecos de existencialismo expressos em violões acústicos remetem a Neil Young. Mas as características do grupo logo aparecem, evoluindo para o rock alternativo e pós-grunge, com um quê de "pancadão". Final explosivo e letra curta, mas que diz tudo quando o sentimento é de abandono e rejeição. A música foi inspirada no conturbado relacionamento entre Kurt Cobain e Courtney Love.

Aí vêm "Erase Replace" e "Long Road To Ruin", mais do mesmo. Tudo bem porque o melhor do disco vem depois.

Nas tristes e folk "Come Alive" e "Stranger Things Have Happened" fica claro de novo que o grupo experimentou outros caminhos e acertou nas escolhas. Está mais intenso, profundo e menos adolescente nas melodias e letras. Não é à toa que este é, sem dúvida, o álbum mais maduro da banda.

A enérgica "Cheer Up, Boys!" e a country"Summer's End" mostram como boa produção ajuda na hora de se inventar candidatos a hits. Quem produz o disco é Gil Norton, que já trabalhou com o Pixies, Echo and The Bunnymen e o Counting Crows.

Aí, do nada, surgem os belos dedilhados em violão da folk "Ballad Of The Beaconsfield Miners". Simples e linda, foi dedicada a mineradores que ficaram soterrados na Austrália e que esperaram socorro ao som da banda no iPod de um deles.

A melhor música do CD vem em seguida: "Statues". Romântica, triste, chorona. Dave Grohl toca piano e se consagra, além de bom vocalista, um excelente multinstrumentista.

O fechamento do álbum é que deixa um pouco a desejar. "Home" é muito melodramática. Não combinou. Mesmo assim "Echoes, Silence, Patience & Grace" pode ser considerado um dos melhores álbuns da banda. (GABRIELA BELÉM)

Veja clipes do Foo Fighters na MTV