Gravadora: Warner Music

Preço médio: R$ 40

MASTODON

"Crack The Skye"

Prestes a completar uma década de atividade, o Mastodon pode se considerar um dos maiores nomes do cenário metal norte-americano e uma das grandes forças criativas do gênero no momento.

Neste "Crack The Skye", um álbum conceitual sobre um garoto que encontra o mago Rasputin durante uma viagem astral, a banda segue a missão de renovar um estilo essencialmente conservador sem corrompê-lo com influências alienígenas. É a ortodoxia a serviço da inovação.

Recuperando elementos do heavy metal tradicional pincelados com certas doses de psicodelismo e experimentação num caldeirão incisivo, a banda faz poucas firulas desnecessárias com um ou outro vocal melódico.

Ao desviar elementos dos anos de 1970 e 1980, o Mastodon tenta vislumbrar o futuro do rock pesado. E chega a conseguir em boa parte do disco.

Ainda que menos pesado do que os trabalhos anteriores, "Crack The Skye" impressiona o ouvinte através da produção perfeita de Brendan O'Brien (que já trabalhou com Pearl Jam e Bruce Springsteen), que conseguiu fazer deste um álbum mais palatável do que os anteriores sem trair o espírito da banda.

As referências são cada vez menos óbvias, e mesmo o sempre presente Black Sabbath surge mais em influência do que em riffs específicos. Com solos de guitarras em dupla rementendo a Thin Lizzy e Iron Maiden, e climas espaciais como o Pink Floyd dos anos 70 misturados ao peso de nomes mais extremos dos 80 como Celtic Frost, o álbum contempla metaleiros tradicionalistas e fãs de rock alternativo.

Se existe uma banda capaz de alcançar o mainstream com álbuns conceituais de metal progressivo ultra-pesado e letras sobre Rasputin, esta banda é o Mastodon. Um bom antídoto aos mais de dez anos de abominações como o nu-metal e o screamo dominando o chamado metal alternativo. (PEDRO CARVALHO)