APOLLO NOVE

Res Inexplicata Volans

Ele é um dos produtores brasileiros mais quentes do momento e já trabalhou com artistas tão diversos, como Otto, Cibelle Cavalli e Wanessa Camargo. Sua marca registrada são sonoridades quentes e complexas, fetichistas no uso de equipamentos vintage, como teclados Mellotron, Lowrey, Elka Rhapsody e outros, que ele coleciona e faz questão de creditar no encarte dos discos. O apego de Apollo a uma certa sonoridade sessentista faz com que suas produções tenham um ar de bossa nova, um que do som das grandes orquestras brasileiras de música popular e um perfume da música "exótica" de Walter Wanderley e Esquivel. Neste seu álbum de estréia --cujo título é uma expressão latina que quer dizer "objeto voador não identificado" e foi forjado pelo Vaticano em 1997 com o intuito de adaptar sua linguagem aos novos tempos--, nada disso faltou. Destaque para a bela "Fruta Vermelha", com vocais de Cibelle, a bossa nova "I'm a Rocker" (com direito a solo de sax à la Stan Getz) e para a voz refrescante de Tita Lima em "Traz Um Alívio". Já outros encontros do disco deixam a desejar, como as faixas com Seu Jorge e a parceria "Inexplicata", uma das letras mais bobas que Rita Lee já cometeu. (ANTONIO FARINACI)