Linkin Park

"Minutes To Midnight"

Desde o lançamento do último álbum, "Meteora", já se foram quatro anos e 11 milhões de cópias vendidas. Durante esse período o Linkin Park se tornou um dos maiores êxitos comerciais do rock e realizou longas e milionárias turnês mundiais.

Nada mais natural do que colher os louros desse sucesso se permitindo ousar um pouco para ganhar o respeito dos roqueiros pós-adolescentes. Com este intuito, chamaram o célebre produtor Rick Rubin, especialista em criar discos clássicos --como "Licensed to Ill", dos Beastie Boys-- e ceder sua credibilidade aos artistas.

A marca registrada de Rubin é a sonoridade seca, com poucos efeitos, que privilegia a performance e a descarga emocional espontânea. Isso pode ser ouvido em outros de seus trabalhos, como "Reign in Blood", do Slayer, "Blood Sugar Sex Magic", do Red Hot Chili Peppers e na série "American" de Johnny Cash.

No caso do Linkin Park porém, a tarefa foi mais árdua. Em comparação com os discos anteriores da banda, "Minutes To Midnight" é uma aula de economia. Mas é difícil de uma hora para outra transformar em exemplo de rock orgânico uma banda baseada na mistura de guitarras metálicas e programações eletrônicas, acostumada a padrões de gravação ultra-comerciais.

A intenção neste disco foi se aproximar de alguma espécie de "rock alternativo", mais maduro do que o nu-metal que os originou e cujos fãs antigos estão, naturalmente, mais velhos. Durante alguns segundos, a sonoridade naturalista de Rubin até consegue enganar o ouvinte.

Mas uma audição mais atenta revela que o Linkin Park não conseguiu se desvencilhar de sua usual mistura de nu-metal, hip hop comercial, pop rock épico e emo/pop punk infanto juvenil. Ou seja, tudo em que os adolescente norte-americanos gastam sua mesada.

Se existe alguma virtude neste trabalho, ela está no aspecto educativo: "Minutes to Midnight" nos ensina que uma capa estilosa, um produtor cult e um banho de loja são são suficientes para dar seriedade a uma banda como o Linkin Park.(PC)