Black Keys encerra noite roqueira do Lollapalooza; público foi de 55 mil
Com nomes mais fortes – e mais roqueiros – no line-up, a música conseguiu ganhar o posto de protagonista do segundo dia de Lollapalooza Brasil 2013, neste sábado (30), ofuscando a lama que marcou o primeiro dia.
Atrações como Franz Ferdinand, Queen of the Stone Ages e The Black Keys atraíram um público estimado de 55 mil pessoas (3 mil a mais do que na sexta).
Mais uma vez, fãs passaram a madrugada na fila para verem seus ídolos. Quem chegou cedo acabou se dando bem, pois a entrada para o segundo dia do festival, no início da tarde, apresentou filas mais longas do que na sexta.
Por outro lado, as grandes esperas para retirada e compra de ingressos não se repetiram. Além do reforço nos guichês destinados a estes serviços, houve uma maior distribuição do público ao longo do dia.
Qual foi o melhor show do segundo dia do Lollapalooza Brasil 2013?
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Os shows do segundo dia do Lollapalooza foram marcados por nomes fortes de diferentes estilos de rock.
Apesar de ser a principal atração do maior palco do evento, o Cidade Jardim, a dupla do Black Keys fechou a noite com um público um pouco menor que o do Queens of the Stone Ages, que tocou no mesmo espaço mais cedo. Ainda assim, Dan Auerbach (guitarra e vocal) e Patrick Carney (bateria) foram recebidos por uma plateia que se animou com os hits mais radiofônicos, pinçados de toda a discografia da banda, como "Tighten Up" e “Lonely Boy”, esta do trabalho mais recente do duo, “El Camino” (2011).
Certamente o show mais alto da noite, o Queens of the Stone Age abriu a apresentação no Palco Cidade Jardim com uma saraivada de hits, como "The Lost Art of Keeping a Secret", "First It Giveth", "Sick, Sick, Sick" e "No One Knows”. O grupo também apresentou uma música inédita, "My God is the Sun", que estará no próximo álbum, "...Like Clockwork" a ser lançado em 2013.
Novo também era o baterista Jon Theodore, que entrou no lugar do musculoso Joey Castillo, músico que deixou o grupo antes do início das gravações do novo álbum. Com uma forma de tocar menos intensa, ainda que competente, Theodore causou estranhamento no público presente.
Em sua sexta passagem pelo Brasil, o quarteto escocês Franz Ferdinand se esforçou para apresentar alguma novidade aos fãs no Palco Butantã. Apesar de mostrar três inéditas, a banda fez um show com setlist parecido ao de sua última vinda ao Brasil, em 2012.
A apresentação foi encerrada com o público já se dispersando em direção ao show do Queen of The Stone Age, mas os fãs remanescentes dançaram, cantaram e aplaudiram o sucesso "This Fire", do primeiro disco.
Depois de Toro y Moi e Stop Play Moon, o trio irlandês Two Door Cinema Club colocou o público do Palco Cidade Jardim para dançar com hits indies como "What You Know". Com gritos de "lindo" e "gato", o baixista Kevin Bair dividiu as atenções com o vocalista Alex Trimble.
CERTO E ERRADO
Acertos
1 Retirada de ingressos ágil
2 Monitores inibiram "furões" nos bares
3 Lama criou espaços de "respiro"
4 Show do Criolo à noite
5 Churros no cardápio de sobremesas
Erros
1 Banheiros com filas e lama
2 Filas para compra de ingressos
3 Defeito no telão do show do QotSA
4 Som baixo e vazando
5 Falta de lixeiras
Comandado por Mike Patton (Faith No More), o Tomahawk apresentou-se para um público pequeno no Palco Butantã. Menos performático que em sua apresentação no SWU, Patton iniciou o show com as músicas mais famosas, repletas de referências a drogas e comportamentos sexuais, mas terminou a apresentação de forma melancólica, diante de uma plateia apática.
Abrindo o dia no Palco Alternativo, o Ludov comemorou seus 10 anos de carreira. Com presença do fã clube da banda, a apresentação foi embalada por sucessos antigos do grupo, como "Princesa" e "Kriptonita", que incentivaram o público a cantar junto.
Outro destaque do Palco Alternativo foram os americanos do Alabama Shakes, que agitaram o público com os vocais poderosos de Brittany Howard, apesar de ainda serem pouco conhecidos por aqui.
No mesmo espaço, o rapper Criolo, fez a plateia cantar em uníssono sucessos como “Não Existe Amor em SP” e botou os casais para dançar com o samba “Linha de Frente”. A apresentação teve espaço até para um protesto contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, com gritos de “Fora Feliciano!”.
Tempo e trânsito
Ao contrário do primeiro dia, o sol foi forte durante toda a tarde, mas não foi suficiente para acabar com a lama gerada pela chuva que caiu na sexta. Mais preparado, o público fez o que pode para lidar melhor com as dificuldades de locomoção. O cadeirante Heliarly Fiame Rios, 27, veio do Espírito Santo e disse ter trocado o pneu de sua cadeira de rodas, deixando-a "mais off road".
A movimentação no trânsito por conta do festival foi maior neste sábado, com engarrafamento da av. Cidade Jardim até o acesso à av. Francisco Moratto. Quem foi de carro também arcou com o alto custo dos poucos estacionamentos da região – R$ 100 – e com flanelinhas que cobravam de R$ 20 a R$ 40 de quem estacionava nas ruas próximas.
* Com reportagem de Estéfani Medeiros, Mário Barra e Natália Guaratto
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