Passarelas de lama roubam a cena dos palcos no Lollapalooza Fashion Weekend
Deve ser mesmo verdade que o rock dita moda. Ao menos nas passarelas de lama do Lollapalooza Fashion Weekend, uma peça virou item básico e obrigatório: a bota de plástico. A princípio, o calçado seria apenas uma maneira de salvar os sapatos e proteger os pés. Uma simples galocha no lugar do tênis. O público do festival, no entanto, transformou o item no principal chamariz do look “estou no Lolla”, nos dois primeiros dias do evento, e principalmente na sexta (29). A onda gerou até uma “regra”: botas de plástico “precisam” combinar com óculos, e dos mais variados tipos.
Tudo isso para ver bandas que, como coleções exibidas em eventos de moda, parecem demonstrar um modelo que, visto uma vez, fica apenas na memória, sem renovação.
CERTO E ERRADO
Acertos
1 Retirada de ingressos ágil
2 Monitores inibiram "furões" nos bares
3 Lama criou espaços de "respiro"
4 Show do Criolo à noite
5 Churros no cardápio de sobremesas
Erros
1 Banheiros com filas e lama
2 Filas para compra de ingressos
3 Defeito no telão do show do QotSA
4 Som baixo e vazando
5 Falta de lixeiras
Foi o caso do grupo escocês Franz Ferdinand, que foi recebido com animação pela plateia, mas demonstrou cansaço e, prejudicado por um som embolado, fez um show inferior aos que mostrou no Brasil nas visitas anteriores.
Enquanto isso, The Black Keys, por conta de um único grande sucesso (“Lonely Boy”, que acabou sendo o maior hit dos dois dias primeiros dias de festival), tornou-se headliner da segunda noite, mesmo com uma performance inferior à do Queens of the Stone Age, que subiu ao palco mais de duas horas antes. De alguma forma, TBK gerou certa decepção.
Correndo por fora, num palco menor, o Alabama Shakes fez um bom show, com músicas conhecidas, mas não exatamente hits, e foi aplaudido desde o início pelos fãs, que dançaram e cantaram cada música. Foi a moda alternativa da noite. Funcionou como aquele rapaz ou garota que coloca um jeans velho, mas combina com uma blusa bacana e uma bandana na cabeça, se olha no espelho, vê que está legal e vai para a balada.
Essa história toda de moda faz ainda mais sentido quando se lembra que alguns eventos de moda alegam perda de público, interesse e patrocínio. De repente a culpa é do Lollapalooza, que, com o Jockey Club de São Paulo lotado ou quase lotado nos dois primeiros dias, serviu como passarela para todo tipo de exibição de indumentária. Nunca se viu, por exemplo, tanto shortinho no corpo das mulheres. De repente, num mesmo lugar, estavam todos os tamanhos e modelos de shorts do mercado.
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