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No Country In Park, pais dizem que não conseguem proibir filhos de ouvir sertanejo atual

Thays Almendra

Do UOL, em São Paulo

02/06/2013 19h32

Pais que estiveram no festival Country In Festival, realizado neste fim de semana em Vinhedo, dizem que não conseguem proibir seus filhos de ouvir hits sertanejos atuais. "Eles têm acesso a internet e meios de comunicação muito fácil. Sabem dessas músicas muito antes que nós", disse Denise Cardoso, que é mãe de Isabela, de 13 anos.

Neste sábado, o sertanejo Victor criticou a "maioria dos hits sertanejos" tocados nas rádios e disse que existe "muito lixo e pornografia musical", afirmando que não deixa os filhos ouvirem esse tipo de música. Ainda em forma de protesto, Victor defendeu a arte de ser fazer uma canção. "Qualquer tipo de sentimento pode ser expressado através da arte de forma respeitosa, não é preciso banalizar".

Em um dia repleto de crianças e adolescentes, que esperavam para ver Thaeme e Thiago, Michel Teló e Luan Santana no Hopi Hari, Luiza Gomes, mãe de Clara, de 8 anos, disse que não consegue ver "tanta pornografia assim" em "Ai Se Eu Te Pego", por exemplo. "Um hit que tomou o mundo não pode ser tão ruim assim. Deixo minha filha ouvir. Acho pior outros sertanejos que falam de siliconadas e beber, cair, levantar e até mesmo os funks", disse ela, que mesmo não gostando de certos hits não consegue proibir a filha de ouvir.

Prestes a ver Thaeme e Thiago ao som de "Ai que vontade que me dá de beijar a sua boca e fazer o tchatchatcha", Lucas Entz, 9, vai assistir aos shows de seus ídolos pela primeira vez, em especial Luan Santana. "Quero ouvir 'Meteoro da Paixão', só vi pela televisão", contou ele, que estava acompanhado pela mãe Maira. Ela disse que, quando acha que uma música é imprópria, muda de estação no rádio. "Seleciono com muito cuidado."

Augusto, Artur e Maria Eduarda têm cinco anos e embalam o coro de "Ai Se Eu Te Pego", mas se dizem ser "mais fãs de Luan Santana". "Não quero saber da chuva, quero ver o Luan mesmo", disse Augusto apreensivo.

O engenheiro Mauro Prazeres Cunha é pai de Giulia, de sete anos, e acredita que os hits da moda eram piores na década de 90. "A dança do bumbum era terrível e todo mundo dançava. As crianças não veem essa maldade toda. Temos que orientar e digo que não é tão fácil assim impedí-los de ter acesso a músicas 'ruins'".