Cidade Negra leva reggae e discurso político ao Rock in Rio 2015
O Cidade Negra trouxe não só o balanço de seu reggae a este domingo (27) de Rock in Rio 2015, mas também um discurso político. "Está tudo bem aqui dentro, mas está muito ruim aí fora. Se você está puto com tudo que está acontecendo, dê um grito", disse o vocalista Toni Garrido, durante "Pensamento", sem nomear o alvo da reclamação. Foi atendido de imediato, mas, diferente dos dias anteriores, o público não emendou com xingamentos.
Dado o recado, a banda celebrou a Jamaica e invadiu a Cidade do Rock com as cores e o som daquele país no palco. Com "Downtown", "A Sombra da Maldade" e "Vamos Fugir", cover de Gilberto Gil, o grupo mostrou que seus maiores hits, em sua maioria dos anos 1990, ainda têm força. Com o público embarcado na proposta, Toni Garrido chegou a convidar a atração principal da noite para curtir o show. "Katy Perry, vem dançar um reggae", brincou.
As baladas "Girassol" e "Onde Você Mora" foram acompanhadas pelo público com os braços para cima, seguindo à risca a sugestão de Roberta Medina de que as bandas precisam focar nos sucessos para "jogar pra galera" do festival. No entanto, abriam exceção para tocar uma canção inédita, "Paz, Amor e Amizade". "Sei que vocês querem ouvir os sucessos, mas seria muito importante para nós tocá-la".
Mesmo sem estar no auge, a banda mostrou estar bem azeitada, embora tenha sofrido com o microfone baixo de Toni e o vento forte que tomou a Cidade do Rock, fazendo fechar até a disputada tirolesa.
O fato de o Cidade Negra ser a primeira banda brasileira de reggae a tocar no Palco Mundo foi celebrado por Toni e pelos fãs do gênero. "Não tem quem não goste de reggae, é só dar uma chance para ouvir e entender que ele fala do cotidiano das pessoas", comentou o locutor Paulo Pereira, 36, que assistia ao show. "E o Cidade Negra, que faz o reggae pop, consegue se comunicar com essas pessoas".
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