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Lamb of God cria "maior roda de pogo do mundo" no Rock in Rio

Tiago Dias

Do UOL, no Rio

24/09/2015 18h36

A expressão “Cordeiro de Deus”, utilizada por cristãos para se referir a Jesus, serviu de inspiração para dar nome à terceira banda que se apresentou no palco Sunset nesta quinta-feira, quarto dia do Rock in Rio 2015: Lamb of God.

Se você nunca ouviu falar desse grupo, não se engane. Não se trata de uma atração gospel, mas sim de uma banda americana de death e thrash metal formada em Richmond, Virginia, em 1994. O nome, na verdade, é pura ironia, pois o show deixou claro que a atração veio dos EUA para abrir as portas do inferno no Rock in Rio. Tanto que a música de abertura do show, iniciado às 18h, foi “Walk with Me in Hell” (“Ande comigo no inferno”, em livre tradução).

Reunindo um rebanho de metaleiros vestidos de preto em frente ao palco, a apresentação marcava a grande volta do Lamb of God ao Brasil. Grande por ser a primeira participação da banda em um megaevento no país, além de marcar o vocalista Randy Blythe como ex-detento. Ele foi acusado de homicídio na República Tcheca por ter supostamente empurrado um fã de 19 anos que tentava subir ao palco durante um show. O jovem morreu dias depois por conta do ferimento. 

Blythe acabou inocentado da acusação, mas a lembrança dos dias na prisão veio na música "Still Echoes", do novo disco "VII: Sturm und Drang". Ainda mais pesada, a canção foi acompanhada de imagens de destruição e um furacão no telão do fundo. 

"Fazia tempo, então levantem suas vozes!", pedia ele ao público, que lotou o palco secundário. Para marcar o retorno, o grupo também exigiu que os fãs criassem a "maior roda de pogo do festival" e foi prontamente atendido com um verdadeiro rodamoinho gigante de metaleiros se debatendo.

Com muito peso e canto gutural de Blythe, o Lamb of God de fato não veio ao Rock in Rio para “tirar os pecados do mundo”. No telão, imagens de cultos e exorcismos reforçavam as críticas da banda à religião. Outras imagens, de revoltas populares e da Guerra do Iraque, também eram mostradas. Em "Laid to Rest", o ex-presidente americano George W. Bush foi mostrado na ocasião antológica em que se esquivou de um sapato. Outra figura conhecida mostrada no telão foi Jim Jones, líder de uma seita religiosa que induziu 900 pessoas ao suicídio.

O show seguiu com outras pauladas, como “Something to Die For”, “Still Echoes” e “Ghost Walking”. “Ruin”, música do álbum As the Palaces Burn (2003), foi dedicada pela banda ao Deftones, grupo de metal alternativo californiano que toca em seguida no palco Sunset nesta noite. 

No meio da última música, “Black Label”, o vocalista fez uma sugestão, no mínimo, maligna à plateia: que enfiasse seus polegares no ânus da pessoa que estivesse mais próxima.