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Ultraje e Erasmo Carlos relembram azaração do passado no Rock in Rio

Tiago Dias

Do UOL, no Rio

26/09/2015 16h59

Duas gerações do rock brasileiro, Ultraje a Rigor e Erasmo Carlos, se encontraram no Palco Sunset neste sábado (26), penúltimo dia do Rock in Rio 2015, relembrando o clima de azaração dos velhos tempos. O som no palco secundário estava ruim e o encontro sofreu com o andamento em algumas músicas, mas foi irresistível, até para os mais novos, ouvir Erasmo em fase mais roqueira cantar "Terror dos Namorados" e "Minha Fama de Mau", da ingênua época da jovem guarda.

Já o Ultraje a Rigor focou nos hinos dos anos 1980, como "Inútil" e "Filha da Puta", assim como na apresentação no Rock in Rio de 2001. "Isso vai para o pessoal que faz a gente pagar a conta. Eles cagam e a gente paga", dedicou o vocalista, Roger Moreira, vestindo uma camiseta preta com os dizeres: "A gente não sabemos escolher presidente. Inútil".

Quando Erasmo cantou apenas com sua banda as versões pesadas de "Quero que Tudo Vá Pro Inferno" e "Negro Gato", o som estava ainda mais embolado. Via-se ali a antítese de Roberto Carlos, com meia-lua na mão e repetindo a palavra "inferno" na canção. Bem diferente da primeira vez que participou do Rock in Rio, em 1985, quando foi vaiado pela plateia mais roqueira, desta vez o cantor saiu ovacionado pelas diferentes gerações presentes.

Na plateia, Osir Zimmermann, 55, era um dos mais animados. "Quero chegar aos 70 anos como o Erasmo, com todo esse gás". Já seu filho, Marcus André, 24, preferiu mais os hits do Ultraje. "Conheço mais. Ficou muito legal esse contraste de sucessos em um dia com artistas muito mais novos se apresentando". 

De resto, foi dispensável Erasmo cantar "Marylou", do Ultraje, mesmo que a sequência de sucessos da banda tenha sido o ponto alto do show.