Robert Plant supera problemas de som no Lolla com rock, blues e world music
Lenda do rock, Robert Plant tirou de letra um problema que poderia deixar muito novato em apuros no Lollapalooza. Com insistentes chiados saindo do lado direito do sistema de som durante toda a apresentação, o ex-Led Zeppelin subiu ao palco principal pontualmente às 18h20 e levantou o público, baseado no repertório de sua antiga banda, acrescentando uma ou outra faixa solo e covers de blues.
A estratégia, conservadora, funcionou. Mesmo com o som incomodando, não houve vaias nem reclamações por parte do público, que simplesmente preferiu se concentrar em clássicos como “Black Dog”, “The Lemon Song” e “What Is and What Should Never Be”.
“Oi, galera”, arriscou o vocalista, pouco afeito a longos discurso e à pirotecnia cênica, em português. Na intepretação solo de Plant, as faixas do Led --tradicionalmente marcadas pelo blues elétrico— ganham forte sabor de world music, abrindo espaço para longas jams e o uso de instrumentos exóticos, como o ritti (tipo de violino africano de uma corda só).
Denso, o show é uma grande orgia de sonoridades. Além do rock, blues e da chamada world music, congrega música celta, country, oriental e africana. Um namoro explícito que Plant começou no álbum “No Quarter”, lançado em 1994 com o ex-parceiro Jimmy Page.
No palco, havia sons para o todos gostos, divididos entre momentos de puro peso e outros mais introspectivos, com destaque para o ecletismo experimental da Sensational Space Shifters, banda que, remodelada, o acompanha desde 2012.
Como era de se esperar --apesar do grande momento de palmas na recente “Rainbow”, do álbum “Lullaby and the Ceaseless Roar”--, é nos hinos roqueiros que o público reage com maior entusiasmo. Acústica, “Going to California” emocionou.
A plateia de Plant no festival, aliás, é mais diversa do que se poderia imaginar. Com mais jovens e apenas alguns fãs na casa dos 40 e 50. Ao que parece, o “indie” Lollapalooza está à prova de motoqueiros e roqueiros, digamos, mais “clássicos”.
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