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Veteranos dão dicas a novatos que vão curtir o último dia de Rock in Rio

Fabíola Ortiz e Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

22/09/2013 05h00

Veteranos de Rock in Rio dão dicas de como sobreviver a um dia de festival. Para quem vem pela primeira vez no evento, neste domingo (22), dia em que se apresentam entre outros as bandas Iron Maiden, Avenged Sevenfold e Slayer, é melhor se preparar porque o dia promete ser de sol e muito calor. 

O UOL consultou fãs que dormiram nas filas do lado de fora, pessoas que fizeram de tudo para serem os primeiros a entrarem na Cidade do Rock e reuniu sugestões e dicas para sobreviver à maratona de mais de 12 horas de shows, atrações e atividades.

Cuidado com o sol

Para quem chega cedo, a mineira Bianca Figueiredo diz que para aproveitar o último dia de Rock in Rio do lado de fora não pode faltar proteção: “Não pode faltar protetor solar, quase derreti na fila por causa do calor”.

Mas tem muita gente que prefere virar a noite como a carioca Windy Gama que passou sufoco durante a madrugada só para ver o show de John Mayer. “Apesar do calor durante o dia, à noite fez frio. Se o pessoal for passar a noite na fila, é bom trazer agasalho. Além disso, não pode esquecer o protetor solar, água e roupa confortável. O ideal é vir de tênis porque a gente anda muito”.

Uma grande reclamação foi em relação aos mosquitos. “Tem muito mosquito na região. O ideal é trazer um repelente”, disse o paulista Jorge Bombonatti que passou a noite na fila para ver o Metallica.

Uma dica valiosa é tomar uma chuveirada fria na casa de moradores da Vila Autódromo, uma comunidade próxima à Cidade do Rock. “Pagamos R$ 5 pelo banho de água gelada e almoçamos por R$ 10”, contou o mineiro Fábio Rodrigues. Ao longo da fila é fácil encontrar pessoas com cartazes oferecendo o uso de banheiro e chuveiro.

Vale ainda levar alimentos e bebidas para a fila. "Para não gastar muito dinheiro e também porque existe pouca opção de alimentos do lado de fora, é bom levar suco, barra de cereal, frutas e biscoito”, sugeriu Thais Antunes.

Sem previsão de chuva, o sol a pino é o que mais desgasta os fãs e, como não é permitido entrar com sombrinhas no evento, a gaúcha Nina Lovise recomenda um boné ou lenço para proteger a cabeça. “Trouxe uma canga e coloco na cabeça, pois está muito quente. O ideal é trazer um boné, chapeú ou bandana", recomenda.

Melhor hora para chegar

O adolescente Pedro Veiga sugere chegar logo após a abertura dos portões para aproveitar as atrações antes do início dos principais shows. “A  Rock St é bem legal e os brinquedos temáticos só para quem tem paciência de enfrentar as filas grandes”, comentou.

Já para a paulista Flavia Alves de Oliveira o melhor horário para chegar à Cidade do Rock é às 16h. “Não tem fila e o sol já baixou e, até às 16h, não tem show para curtir. O legal é conversar, conhecer pessoas. Não tem que ter vergonha de olhar para o lado e conversar. Dá para fazer amigos”.

Apesar de muitas restrições, é possível entrar na Cidade do Rock com alimentos e a sugestão é carregar barras de cereal, biscoitos, sanduíches e frutas. “Quando você está no meio da galera não tem como sair, e precisa manter o nível de glicose razoável. Além de hidratar bastante porque você vai suar o dia inteiro”, admitiu.

O que comer

Na hora que bate a fome, não é grande a variedade de alimentos, quase todos fast food. O fã pode optar entre hambúrgueres, batata frita, pizza, japonês e sanduíches.

“Eu comi pizza. Picolé nesse calor cai bem, mas japonês não dá”, comentou Pedro Veiga.

Quem reclamou do japonês também foi Flavia de Oliveira. “Comi yakisoba e uma mini pizza, mas os dois estavam horríveis e caros. Tudo bem que não é festival gastronômico, mas não coma yakisoba, miojo em casa é melhor”, admitiu.

Com as longas filas nas lanchonetes, especialmente após os shows, os sanduíches são preparados em cima da hora e, às vezes, são servidos frios.

Onde assistir aos shows

No quesito shows, ficar na frente colado na grade para ver de perto os artistas pode ser um sofrimento. Vale criatividade para tentar encontrar um melhor espaço para curtir o show sem muito aperto, especialmente no Palco Mundo.

“Dá para ficar perto da grade mas bem no canto direito do palco, lá tem bastante gente mas não fiquei esmagada. Os primeiros shows do dia são sempre mais tranquilos e nas laterais não fica insuportável. Já no meio da galera é muito tenso e sufoca”, disse Flávia.

“No Mundo não dá para ficar na frente, deus me livre”, exclamou Jaqueline Silva que prefere posicionar-se próximo às pilastras do som ao fundo do gramado. Ela garante que mesmo assim dá para ver o artista no palco.

A dica é tentar ficar no gramado à direita do palco porque dá para sair mais facilmente para as lanchonetes e banheiros.

Enquanto o aperto é grande no Palco Mundo, o Sunset, por ter uma programação mais cedo e não ter um público muito numeroso, não é difícil encontrar um bom lugar para apreciar os shows. “Por ser uma coisa mais íntima dá para ficar em qualquer lugar”, disse Pedro Veiga.

Recarregue as baterias

No intervalo dos shows, os fãs ouvidos pelo UOL sugerem aproveitar os minutos livres para recarregar as energias. “Eu descanso, sento na canga, já consegui até tirar um cochilo”, contou Jaqueline Silva.

Outros aproveitam para ver as atrações como o palco do Street Dance e as atividades e performances na Rock St.

Foram unânimes as reclamações das filas intermináveis para brinquedos como a tirolesa, a roda gigante e a montanha russa. A escalada é a única atração que não registra longas filas.

“Gosto de rodar a Cidade do Rock, é legal vir com os amigos. Eu pensei que fosse menos tempo na fila dos brinquedos”, reclamou Renato Pedroso.

Qual banheiro ir

Na hora de escolher qual banheiro, o que parece ser mais limpo e ter menos filas é o localizado perto da roda gigante, na entrada da Rock St. O UOL ouviu reclamações dos banheiros atrás da tirolesa e da sala de imprensa, assim como o situado perto da área VIP. “O banheiro da roda gigante é o melhor, estava fácil de ir, não havia filas, até mesmo nas horas de intervalo de show tinha papel”, disse Daniela Duarte. Já para Pilar Moraes, o pior é perto da tirolesa e sala de imprensa, este fica mais lotado”.

Famosos

Para aqueles mais antenados em chegar perto dos famosos, a área VIP, uma grande tenda branca posicionada perto da entrada e no lado direito do Palco Mundo é uma opção para os curiosos de plantão.

Os estandes dos patrocinadores com vista para o Palco Mundo também é uma forma de chegar perto de celebridades. Muitos foram convidados pelas marcas para comparecerem nos dias do festival.

“Para ver famoso é na porta da área VIP, lá estão os super convidados. Mas no fundo, o melhor lugar é na frente do palco, a gente vem para ver o artista cantar”, ressalta Flavia Alves.

Sexto dia

O penúltimo dia de Rock in Rio foi encerrado com uma apresentação animadíssima - e de muito fôlego - do veterano Bruce Springsteen, que completa 64 anos nesta segunda (23). Apesar de repetir algumas estratégias já usadas em São Paulo, como abrir o show com música de Raul Seixas e cair literalmente nos braços da galera ainda nos primeiros minutos, Springsteen inovou ao executar, de ponta a ponta, todas as músicas do álbum "Born in the U.S.A", de 1984, um dos mais emblemáticos da carreira. A apresentação de quase três horas de duração teve ainda um medley de "Twist and Shout" e "La Bamba" na reta final, que não foi mostrado em SP.

Passaram também pelo Palco Mundo neste sábado dois exímios guitarristas da nova geração: John Mayer e Phillip Phillips, este último revelado no reality show musical "American Idol". Conhecido tanto pelas namoradas famosas quanto pelo talento no instrumento, Mayer fez um show digno de headliner capaz de abafar até os gritos mais ensurdecedores das fãs nas primeiras filas.

Como aconteceu em todos os dias do festival até agora, a abertura dos shows do Palco Mundo ficou por conta de uma banda da casa, desta vez o Skank. Sem lançar disco de inéditas desde 2008, os mineiros apostaram num repertório de grandes sucessos da carreira, como "Vamos Fugir", "Jackie Tequila" e "Vou Deixar", que contou com Nando Reis no palco. O rapper paulista Emicida também participou do show, que teve seu momento mais politizado no cover de "É Proibido Fumar". "Maconha é proibido, mas mensalão pode fazer de novo, né?", provocou o vocalista Samuel Rosa.

No Palco Sunset, conhecido pelos encontros, se apresentaram o cantor italiano Jovanotti com a carioquíssima Orquestra Imperial; os ex-Novos Baianos Moraes Moreira e Pepeu Gomes com a cantora Roberta Sá; e Ivo Meirelles, que recebeu Fernanda Abreu e Elba Ramalho para um show percurssivo, que também teve tom de protesto e abriu com integrantes de bateria de samba tocando o Hino Nacional com rosto coberto como black blocs e as famosas máscaras de Guy Fawkes popularizadas pelo grupo Anonymous.

O pernambucano Lenine fechou o Sunset em dose dupla: primeiro numa participação especial no show da banda de rock cigano Gogol Bordello e, em seguida, sozinho, apresentando canções de sonoridade mais "cool" como "Chão", "A Rede" e "Hoje eu Quero Sair Só".

O festival

Com Iron Maiden e Slayer entre as atrações principais, a edição 2013 do Rock in Rio termina neste domingo após sete dias de shows. A primeira semana teve shows de Beyoncé, Muse e Justin Timberlake fechando as três noites. Mais roqueira, a segunda metade do festival começou na última quinta-feira, com shows do Metallica, que voltou ao festival após dois anos, Alice in Chains e os suecos do Ghost BC, que dividiram opiniões com sua apresentação repleta de provocações à igreja católica

Na sexta-feira, ficou com o roqueiro galã Bon Jovi a missão de encerrar a noite. O show de mais de duas horas teve ritmo arrastado e sofreu com dois desfalques: o baterista Tico Torres (substituído de última hora por causa de uma operação na vesícula) e o guitarrista Richie Sambora (demitido da banda recentemente por desavenças com Jon). Muitos fãs, no entanto, não se importaram. Uma delas subiu ao palco e até ganhou um selinho do cantor. 

A sexta-feira também teve shows de Nickelback e Matchbox Twenty. No Sunset, o destaque foi o show de Ben Harper, que estreou no Rock in Rio ao lado do lendário bluesman Charlie Musselwhite