Com show da banda e público, System of a Down encerra noite no Rock in Rio
Promovido a atração principal neste Rock in Rio 2015, o System of a Down fez o seu show de praxe. Foi pesado, enérgico e, desta vez, em especial, em grande estilo, com intensa interação da plateia.
Durante toda a apresentação, o que se viu foi um festival de moshs, palmas, saltos, melodias cantadas em uníssono. Uma aeróbica sem fim que teve até sinalizadores acessos no meio do público. Até agora, foram os fãs mais participativos de todo o Rock in Rio.
A banda norte-americana, conhecida por ter integrantes de ascendência armênia, era uma das queridinhas dos adolescentes roqueiros do início da década de 2000. Não lança um disco de inéditas desde 2005, mas isso não fez qualquer diferença.
A moda passou, os fãs cresceram, se renovaram, dando ao show no Rock in Rio um clima de final de campeonato de futebol --do leste europeu, claro. Foi ao melhor estilo das melodias e arranjos pouco convencionais da banda.
Fazendo jus à apresentação, os integrantes ainda fizeram questão de homenagear os brasileiros, de uma maneira menos demagógica. O setlist incluiu faixas que há tempos a banda não executava ao vivo. "Know", "Temper" e "Vicinity of Obscenity" fizeram a festa de fãs mais catedráticos. Como se alguém ali precisasse de um motivo extra para celebrar.
Não há respiro em um show do System of a Down. "Aerials", acompanhada em alto coro pelo público, já faz parte dos melhores momentos desta edição do Rock in Rio. Assim como as rodas de pogo de "B.Y.O.B." e o êxtase coletivo proporcionado por "Hypnotize" e "Chop Suey", talvez o grande clássico do grupo.
Quase no fim da apresentação, em "Toxicity", o vocalista Serj Tankian ainda chamou ao palco o chapa Chino Moreno, vocalista do Deftones, que havia se apresentado mais cedo no Palco Sunset.
Incentivado pelo guitarrista Daron Malakian, os seguidores da banda tiverama a deixa para formar o maior círculo de mosh visto até agora no festival, superando o do Lamb of God. Entre cansados e feridos, a madrugada de duelo de moshs terminou feliz.
A volta do Rock in Rio
O segundo final de semana do Rock in Rio 2015 abriu os portões 20 minutos mais cedo do que o previsto, quando a temperatura na cidade registrava 41ºC --e a sensação térmica batia os 44 °C. A fonte e o chafariz que decoram a entrada da Cidade do Rock foram tomados por pessoas que mergulhavam a cabeça na água para amenizar o calor. A organização precisou até reforçar o número de bebedouros no festival (eram 104 pontos, no total).
Do lado de dentro do festival, no Palco Sunset, o metal brasileiro --e em português-- abriu caminho para várias rodas de pogo, o famoso bate-cabeça. Talvez inspirado pelas letras da banda, que versam sobre o cotidiano dos brasileiros, e aborda fome e miséria, o público ecoou a primeira manifestação política do festival, com o coro "ei, Dilma, vá tomar no c*", já no final do show.
A banda norte-americana Halestorm, liderada pela cantora e guitarrista Lzzy Hale, foi recebida com tanto entusiasmo pelo público, que deixou o palco e disse: "Este é o melhor festival do mundo", disse ela ao encerrar o show. O Lamb of God também veio dos Estados Unidos, e foi para abrir as portas do inferno --já na música de abertura tocaram "Walk with Me in Hell" ("ande comigo no inferno", em livre tradução).
No Palco Mundo, o CPM 22 provou que ainda mantém o peso e a relevância mesmo passados 20 anos de seus tempos áureos. Embora os metaleiros mais ferrenhos tenham aproveitado o show para formar filas nos quiosques de comes e bebes, a banda conseguiu reunir séquitos de idades variadas.
Alternando peso brutal e guitarras experimentais com melódicas, o Deftones deixou em transe as pessoas que lotaram a frente do Palco Sunset. Um dos momentos de destaque da apresentação veio com "Drive (Cars Over)", clássico do "metal calça larga", cujo refrão foi cantado em coro.
De volta ao Palco Mundo, o Hollywood Vampires, um verdadeiro dream team do rock dos anos 70 e 80, fez um dos melhores e mais animados shows do Rock in Rio. A escalação dourada ajudou: Alice Cooper, Joe Perry (guitarrista do Aerosmith), Duff Mckagan (ex-baixista do Guns N' Roses) e Matt Sorum (ex-baterista do The Cult e Guns). Mas quem estava chamando as atenções era o ator Johnny Depp, com sua participação honesta na guitarra.
O Queens of the Stone Age voltou ao Rock in Rio quase 15 anos depois de sua última passagem, que ficou marcada pelo ex-baixista, Nicki Oliveri, ter ficado pelado no palco (e depois ainda ter sido preso). Dessa vez, a banda veio em uma fase mais "adulta", mas não menos barulhenta. E mostrou um amadurecendo na composição e certa calma na feitura das músicas, filtrando influências que vão do rock industrial ao art-rock do Queen.
O Rock in Rio segue nesta sexta-feira com novas atrações do metal e rock pesado: o Palco Mundo recebe De La Tierra, Mastodon, Faith no More e Slipknot, enquanto no Palco Sunset abre com um show de clássicos do terror com André Abujamra e convidados, Moonspell com Derrick Green, Nightwish com Tony Kakko, e Steve Vai com a Camerata de Florianópolis.
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