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Trocas de roupa e puxão de fã atrapalham ritmo do show de Beyoncé em SP

Montagem mostra inúmeros trocas de roupa de Beyoncé no show do Rock in Rio - Reprodução/Multishow
Montagem mostra inúmeros trocas de roupa de Beyoncé no show do Rock in Rio Imagem: Reprodução/Multishow

James Cimino

Do UOL, em São Paulo

15/09/2013 22h06Atualizada em 16/09/2013 11h11

Beyoncé é uma unanimidade no mundo da música pop. Enquanto fãs de outras divas disputam quem canta melhor, quem dança melhor, quem tem o maior número de hits, quem arranca mais gritos da plateia, a ex Destiny Child faz tudo isso com competência e energia impecáveis.

No entanto, quem esteve no show da "Mrs. Carter Tour" neste domingo (15), no estádio do Morumbi, em São Paulo, pode perceber que suas sucessivas (e excessivas) trocas de roupa prejudicaram o ritmo do show no início.

A cada duas músicas, pelo menos, a cantora deixava o palco para trocar de figurino. Em seu lugar, um telão horizontal de alta definição mostrava vídeos que exibiam Beyoncé caracterizada como uma rainha da corte francesa ou, como no último bloco, mensagens filosóficas sobre sua visão de mundo. No total, foram nove trocas.

Não que os figurinos e as projeções não fossem incríveis, mas, no início da apresentação, quando a multidão estava em ebulição, havia uma quebra na energia que a cantora emana com sua simpatia e presença de palco que, em diversos momentos, lembra Tina Turner.

"Muita troca de roupa, muito vídeo e achei as apresentações muito mais performáticas que dançantes. Era mais contemplativo", diz o estudante de administração Guilherme de Almeida, 24.

Já o auxiliar de logística Marcos Felipe Figueiredo, 22, achou tudo perfeito. "É uma marca dela trocar de roupas. E eram todos lindos [os figurinos]."

"Atrapalha o ritmo do show. Em todo interlúdio eu ia ao banheiro ou comprava cerveja. Teve aquela hora em que ela usou aquele vestido laranja para cantar apenas uma música. Desnecessário. Mas, no geral, adorei o show", diz o administrador de empresas Beto Leski, 33 anos.

Mas mesmo as trocas não impediram as 50 mil pessoas presentes ao local de cantar a plenos pulmões hits como "Get me Boodied", "Run The World (Girls)" e versões matadoras de "Naughty Girl" e "If Were a Boy", em um mix com "Bittersweet Symphony" do The Verve.

E se no começo o show carece de ritmo, ao final a cantora pega a plateia na mão enquanto desfila os insuperáveis hits "Single Ladies" e "Crazy in Love".

Por fim, quando você pensa que Beyoncé já mostrou tudo, a diva surge na contra luz e canta "a capella" a introdução de "I Will Always Love You" com uma voz idêntica à de Whitney Houston. O público, como em todas as músicas do repertório, cantou cada verso. De arrepiar.

"It's OK"

Por volta de 1 hora e 15 minutos de show, quando cantava a faixa "Irreplaceable" em uma plataforma projetada para dentro da plateia, Beyoncé foi agarrada e puxada, de corpo inteiro, por um fã. Mesmo assim, não tirou o sorriso do rosto enquanto era resgatada.

Em uma atitude pra lá de humilde, a popstar impediu que os seguranças fossem mais rígidos com o rapaz que a puxara. "It's OK" ("Está tudo bem"), disse. Em seguida, foi até o fã, perguntou seu nome e disse: "Prazer em conhecê-lo!"
Beyoncé está em turnê pelo Brasil com sua apresentação "The Mrs. Carter Tour". Desde o dia 7, ela já passou por Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, quando fechou a primeira noite do Rock in Rio com uma citação de "Passinho do Volante (Funk do Lelek)", hit do MC Federado e os Lelekes, emendada no hit "Single Ladies". 

A passagem de Beyoncé pelo Brasil se encerra no dia 17, com show no estádio Mané Garrincha, em Brasília.