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Florence + The Machine transforma hit em hino de louvor pop

Tiago Dias

Do UOL, no Rio

14/09/2013 22h15

Com direito a coro, voz potente e até choro de um grupo de fãs-fiéis, Florence + The Machine fez uma espécie de cerimônia pop na segunda noite do Rock In Rio. O hit motivacional “Dog Days Are Over”, com seu ritmo tribal, fechou a apresentação como hino de louvor. Cantando em uníssono, a plateia ergueu os braços e pulou, a pedido da cantora Florence Welch: “Pulem o mais alto que conseguirem”.

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Rosana de Freitas, 17, tenta explicar a sensação de catarse que a música provoca nela – e em uma considerável fatia do público do festival. “Foi a música que me fez conhecê-la. Me dá uma imagem de total liberdade”, disse a estudante, que carregava na camiseta o nome da música -- cujo título, em português, significa "os dias de cão chegaram ao fim".

Acompanhada de sua banda, que tem até harpa e órgão, a cantora subverte alguns conceitos do pop, mas consegue o mesmo resultado apaixonado na plateia que outras “divas”, mesmo que em proporção menor. Ao invés de dançar, ela investe em canções com clima introspectivo, que crescem e dão a sensação de epifania na plateia – Florence acompanha toda sua evolução mexendo delicadamente as mãos e a cabeça. Não é pouco, principalmente para o público diversificado (e em partes disperso) do Rock In Rio.

Diferente de Beyoncé, que projetou o ventilador no cabelo, fez pose e encarnou a persona de rainha na noite anterior, Florence surge no palco como uma aparição, com o vestido azul longo ao vento. Essa imagem, junto com as letras cheias de reflexões sobre o futuro, força interior e superação, transforma facilmente o palco, com luzes frias, em um altar. E não são poucas: “Only If For A Night”, “Cosmic Love”, “Shake It Out” e “Spectrum” fizeram parte do set da cantora, que correu de um lado para o outro da plateia, fez coração com as mãos, rodopiou no palco e pediu para o público erguer nos ombros “a pessoa que ama ou que acabou de conhecer”.

Usando uma camiseta onde estava escrito: “Estou aqui para ver Florence + The Machine”, o designer carioca Glaucio Viana, 23, descreveu o que mais gosta na cantora. “Ela é bem performática, usa vestidos lindos, tem coro e toda essa parte visual. E eu só conheço as músicas mais mainstream”, disse.

Karina Mochetti, 31, veio de Campinas, em São Paulo, para a cidade do rock apenas para ver a cantora, e sugere, na brincadeira, um espaço apenas para os “fiéis” mais fervorosos. “É um festival, tem roda gigante e um monte de bandas que não necessariamente você conheça. Mas acho que precisa fazer uma área VIP só para quem é fã de verdade”.
 

O evento

A quinta edição brasileira do Rock in Rio começou na sexta e vai até o dia 22 de setembro. Mais de 160 artistas irão se apresentar em cinco espaços diferentes, divididos entre os sete dias de programação. Quase 600 mil pessoas estão sendo esperadas durante o festival, com uma média de 85 mil espectadores por dia.

O primeiro dia do evento teve shows de Maria Rita, Living Colour,  DJ David GuettaIvete Sangalo e Beyoncé, entre outros, e uma homenagem ao cantor Cazuza

David Guetta foi um dos destaques da noite, mantendo a empolgação de um público interessado em curtir a dobradinha de divas: Beyoncé e Ivete Sangalo. Com um show com pirotecnias e luzes não necessariamente recentes, mas ainda impactantes, o DJ francês ganhou o público no principal palco do festival.

Ivete Sangalo comandou os momentos mais animados da noite. Acompanhada de 12 músicos e seis bailarinos, a baiana mostrou no Palco Mundo um show inédito no embalo do disco "Real Fantasia", lançado no ano passado.

Beyoncé encerrou o primeiro dia de Rock in Rio já na madrugada do sábado (14) com o público na mão, efeitos no palco e muita jogação de cabelo.
Com a maquiagem pesada, a diva pop abriu sua apresentação com "Run The World (Girls)", emendado com "End of Time", hits de "4", seu disco mais recente. O show teve direito até a "Passinho do Volante (Funk do Lelek)", hit do MC Federado e os Lelekes.