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Beyoncé traz "carão" e "Funk do Lelek" para fechar 1ª noite do Rock in Rio

Tiago Dias

Do UOL, no Rio

14/09/2013 00h19

Como uma rainha que conquistou seu império, sua nova persona para a nova turnê, Beyoncé subiu ao Palco Mundo -- já na madrugada do sábado (14) -- para encerrar a primeira noite do Rock in Rio 2013 com o público na mão, efeitos no palco e muita jogação de cabelo. Com a maquiagem pesada, a diva pop abriu sua apresentação com a espécie de grito de independência feminino “Run The World (Girls)”, emendado com “End of Time”, hits de “4”, seu disco mais recente. O show teve direito até a "Passinho do Volante (Funk do Lelek)", hit do MC Federado e os Lelekes. Para surpresa geral dos fãs, a cantora até tentou emular um "quadradinho", já no fim do show.

Veja momento em que Beyoncé dança o "Funk do Lelek"

Quem resistiu até o fim -- ou não dormiu embriagado na grama -- viu que Beyoncé entregou exatamente o que grande parte do público queria e que outras capitais brasileiras já tinham visto: uma turnê nova, com versões mais pesadas de seus principais sucessos. Durante alguns momentos, as novas caras das faixas mais se pareciam com remixes esquizofrênicos, que dialogavam com a história por trás da turnê, contada através de vídeos e interlúdios.

"Estou me sentindo em um parque de diversões. E ela é o brinquedo maravilhoso", disse Gustavo Bacelar, 21, que dançou e se jogou em "Crazy In Love". Ele, porém, faz sua reclamação: "Gosto mais da turnê anterior". O motivo? "Ela troca muito de roupa nessa". Na contagem do UOL, foram exatas sete trocas durante o show.

  • Reprodução

    Beyoncé em seis figurinos diferentes usados no primeiro dia do Rock in Rio

If I Were A Boy” ganhou uma versão menos dramática, na qual Beyoncé mostrou seu potencial vocal, sozinha no palco. “Rio! Preciso dizer que estou honrada de estar aqui na frente de vocês”, disse, sorridente. Brincando com a plateia, ela foi de um lado do outro do palco pedindo aos fãs para repetir “hey, srta. Carter”. Em seguida, cantou “Get Me Bodied”, e teve sua sombra e a de suas dançarinas multiplicadas no telão.

Após ver um mar de mãos balançando em "Irreplaceable", Beyoncé se mostrou surpresa com a quantidade de pessoas - foram cerca de 85 mil pagantes, mais um bom público para a turnê "The Mrs. Carter Show", que também passou por Fortaleza e por Belo Horizonte. Quando elas resolveram gritar em coro "nós te amamos", a cantora respondeu com beijos, visivelmente emocionada. "Amo estar no Brasil, mal posso esperar para voltar".

Em comum, o quadril, que balançou freneticamente, a pose com a mão na cintura que a cantora repetiu sempre que possível e o ventilador direcionado nas madeixas mais curtas.

"Vocês curtiram tanto como eu? O show ainda não terminou", avisou a cantora, antes de fazer a cidade do rock dançar "Single Ladies" - o momento que celebra a pose "carão" da cantora - pernas posicionadas, mão na cintura e um leve olhar de soslaio para o público.

Show mais curto
O show no Rock In Rio foi mais curto do que costumam ser as apresentações do "The Mrs. Carter Tour". Para se encaixar na programação do festival, Beyoncé deixou de lado algumas canções como "Survivor", "I Care" e a nova "Grown Woman". Maikon Munhoz, 20, chegou a desmaiar durante o show.  Já recuperado, comentou: "Amei essa turnê, mas acho que faltaram muitas músicas".

Como uma espécie de recompensação, após cantar "Halo" próximo à grade do público, Beyoncé dançou rapidamente "Passinho do Volante", o famoso funk do lelek, para delírio da plateia. "Adorei. Valorizou o funk. Ficaria muito legal se ela fizesse uma música assim", sugere Maikon. Ao lado de seus dançarinos, ela mexeu o quadril como se quisesse  fazer o "quadradinho", movimento que ficou famoso com a funkeira Anitta e ganhou nova versão com o Bonde das Maravilhas e seu "Quadradinho de Oito".

A "homenagem", no entanto, foi muito rápida. Beyoncé logo sai do palco e o público canta, com o pouco de energia que resta, a música-tema do festival. Mais uma vez e felizes.

Bonde das Bonecas e fãs de Beyoncé mostram quem dança melhor

A vez do Brasil
Diva brasileiríssima, Ivete Sangalo comandou os momentos mais animados da noite até a chegada de Beyoncé. Acompanhada de 12 músicos e seis bailarinos, a baiana mostrou no Palco Mundo um show inédito no embalo do disco "Real Fantasia", lançado no ano passado. 
 
Ciente do público que a assistia, que veria ainda o desfile de hits da dance music do DJ David Guetta antes da atração principal da noite, Ivete investiu em uma apresentação menos fincada no axé baiano e mais próxima dos movimentos que ditam o pop internacional. 
 
Bem humorada, pediu até um ventilador no palco --praticamente uma marca registrada da cantora norte-americana. "Não disse que ia ter ventilador, gente?", brincou Ivete ao imitar a pose de Beyoncé, com a mão na cintura e os cabelos em movimento.
 
O show de Ivete agradou fãs ortodoxos do pop, marmanjos, gays, jovens e senhoras logo na terceira música, "Arerê". "Eu queria entender por que eu sinto essas coisas dentro de mim. Sou uma cantora brasileira sendo aplaudida no meu país", disse, após encarar o público por alguns segundos, emocionada. "Eu amo esse país. A gente é o poder". 
 
Em meio à micareta em que se transformou a Cidade do Rock, Ivete também fez uma versão para "Love of My Life", do Queen, e foi recebida com coros de "é a melhor do Brasil". Ela agradeceu por estar mais uma vez no festival --é a sua oitava participação no evento, entre shows no Brasil, Lisboa e Madri. 
 
Parte da própria história do Rock in Rio, o roqueiro Cazuza, morto em 1990, também ganhou uma grande homenagem neste primeiro dia do festival. No palco da mesma Cidade do Rock onde se apresentaram em 1985, músicos do Barão Vermelho receberam novos músicos e velhos amigos do cantor, como Ney Matogrosso e Bebel Gilberto, para relembrar sucessos como "Ideologia", "Exagerado" e "Faz Parte do Meu Show".
 
Guetta e mescla com gringos
 
David Guetta foi um dos destaques da noite, mantendo a empolgação de um público claramente interessado em curtir a dobradinha de divas: Beyoncé e Ivete Sangalo. Com um show com pirotecnias e luzes não necessariamente recentes, mas ainda impactantes, o DJ francês ganhou o público no principal palco do festival.
 

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Já no Palco Sunset, destinado a encontros inusitados entre bandas e artistas de diversas vertentes da música nacional e internacional, os destaques foram as apresentações do grupo Living Colour com a cantora africana Angelique Kidjo e a dobradinha improvisada da brasileira Maria Rita com a belga Selah Sue. A maior parte dos shows nesse palco, que teve ainda a boa surpresa da banda Vintage Troubre tocando com Jesuton, sofreu problemas de som.
 
O evento
A quinta edição brasileira do Rock in Rio começou nesta sexta e vai até o dia 22 de setembro. Mais de 160 artistas irão se apresentar em cinco espaços diferentes, divididos entre os sete dias de programação. Quase 600 mil pessoas estão sendo esperadas durante o festival, com uma média de 85 mil espectadores por dia.
 
Neste sábado (14), a programação do Palco Mundo inclui os brasileiros do Capital Inicial, o punk pop do 30 Seconds to Mars, as influências soul do Florence and the Machine e o indie pop do Muse. Já o domingo (15) investe no pop com influências de R&B de Jota Quest, Jessie J, Alicia Keys e Justin Timberlake.