Topo

Sem novidades, Frejat vira crooner romântico e mostra que soube envelhecer

Tiago Dias

Do UOL, no Rio

20/09/2013 18h31

Velho conhecido do Rock in Rio, Frejat abriu o Palco Mundo, no 5° dia de festival, com show recém-saído do forno. O cantor e guitarrista deu o pontapé na nova turnê com o sugestivo nome "O Amor é Quente" --título de sua nova música, cujo clipe foi lançado nesta sexta-feira (20) exclusivamente pelo UOL -- e mostrou que, além de ter virado uma espécie de crooner romântico, também soube envelhecer.

O ex vocalista do Barão Vermelho subiu ao palco com um terno impecável na cor roxo berrante, bem diferente de outros cantores da década de 1980. E não precisamos ir longe para comparar. Dinho Ouro Preto, por exemplo, se apresentou com o Capital Inicial, no último sábado (14), com toda a energia e vestuário de um adolescente.

Sofia Tropsia, 25,  veio de Belo Horizonte para assistir Bon Jovi, mas se surpreendeu com Frejat ao vivo. "A gente nem estava esperando tudo isso, mas no final cantamos todas as músicas". Sofia seria o alvo certeiro do Capital Inicial, mas revelou: "Acho que o Frejat soube envelhecer melhor. E mulher sempre gosta de música romântica".

Apostando nesse tom, Frejat não errou. O tal show novo não tem tantas novidades assim. Fora a música inédita, Frejat cantou "Divino, Maravilhoso", famosa na voz de Gal Costa, "A Minha Menina", de Jorge Ben, e "Não Quero Dinheiro", de seu cantor favorito --como fez questão de ressaltar--, Tim Maia. Os sucessos do Barão Vermelho e até de Cazuza preencheram o set sem riscos. Não adianta quantas vezes elas são tocadas, canções como "Malandragem", "Bete Balanço" e "Pro Dia Nascer Feliz", vão ser sempre entoadas pelo público a plenos pulmões.
 
A parte romântica veio com ar de "preliminares" e preparou o caminho para o público que aguarda ansiosamente por Bon Jovi, o headliner experiente do gênero. Foi assim com Maria Gabriela, 19, e Ramon Neves, 24, que chegaram na Cidade do Rock, direito de Niterói, bem no meio do show do cantor. O casal só teve tempo de jogar a mochila no chão para cantar, com os braços abertos, "Por Você". “Eu amo o Frejat. Gosto do estilo dele, é bem romântico”, explicou Maria Gabriela.

Vestindo a persona de bluseiro maduro, Frejat ainda entregou solos e riffs em alto e bom som, para aqueles que são avessos a cenas de amor explícito.

 
No quinto dia de Rock in Rio, a atração mais esperada é a banda Bon Jovi, que tocará sem seu baterista Tico Torres -- internado novamente para uma cirurgia e que será substituído por Rich Scannella. Pelo Palco Mundo, recebe Nickelback e Machtbox Twenty.
 
Ben Harper e Charlie Musselwhite encerram o Palco Sunset, onde já se apresentaram The Gift e Afrolata, Grace Potter and The Nocturnals e Donavon Frankenreiter e Mallu Magalhães com a banda Ouro Negro.
 
Depois de ser recebida com gritos de "linda" e "maravilhosa" dos fãs, Mallu agradou uma plateia formada essencialmente de jovens. Quando a banda Ouro Preto ficou sozinha no palco, parte do público começou a dispersar.
 

A vez do rock no Rio

A segunda parte do Rock in Rio, que conta com atrações mais roqueiras e pesadas do que na semana passada, teve início nesta quinta-feira. O destaque da noite foi a apresentação do Metallica, que voltou ao festival após dois anos, com repertório que revirou praticamente toda a discografia da banda em um show de 2 horas e 10 minutos de duração.

O saudosismo também deu as cartas no show dos veteranos do grunge Alice in Chains, que levaram os fãs de volta ao ano de 1992, época em que a banda lançou "Dirt", um de seus álbuns mais celebrados, que ajudou a compor o repertório da apresentação.

Principal palco do festival, o Mundo teve ainda nesta quinta os brasileiros do Sepultura, que tocaram junto com o grupo francês de percussão Tambours du Bronx, e os suecos do Ghost BC, em sua apresentação performática repleta de provocações à igreja católica que não animou muito o público da Cidade do Rock.

Pelo Palco Sunset, passaram nesta quinta-feira dois antigos conhecidos dos fãs de rock no Brasil: o ex-Skid Row Sebastian Bach e Rob Zombie, que já tinha vindo ao país em 1996 à frente da banda de metal White Zombie.