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Rock in Rio Argentina está suspenso por questões políticas, diz Medina

Roberto Medina anunciou novidades para os 30 anos do Rock in Rio, em 2015 - Graça Paes/Photo Rio News
Roberto Medina anunciou novidades para os 30 anos do Rock in Rio, em 2015 Imagem: Graça Paes/Photo Rio News

Do UOL, no Rio

21/09/2013 15h57

A edição argentina do Rock in Rio, marcada para 2014, não vai mais acontecer. Segundo Roberto Medina, dono do festival, já estava tudo pronto para ser realizado, inclusive com patrocinadores fechados, mas disse que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, baixou uma norma proibindo o envio de dólares para o exterior. "Assim fica inviável negociar com as bandas", disse o empresário ao UOL, logo depois de uma entrevista coletiva no evento.

O Rock in Rio argentino estava previamente marcado para acontece em outubro de 2013 em Buenos Aires, mas acabou sendo adiado para 2014 por "questões relacionadas ao período necessário para assegurar a excelência da produção e dos conteúdos do evento".

Medina havia anunciado o evento em junho do ano passado e apontou a cooperação institucional, a proximidade com o Rio de Janeiro e a íntima relação da Argentina com a música como as principais razões para a escolha de Buenos Aires como o novo destino do Rock in Rio.

Na entrevista, Medina disse que pretende exntrar com o festival na América Latina, e que ainda quer chegar até a Argentina, mas que só será possível com uma mudança da política imposta. Enquanto isso, Medina já está negociando com outros países da AMérica do Sul. 

O Rock in Rio já conta com 13 edições, sendo cinco no Brasil (1985, 1991, 2001, 2011 e 2013), cinco em Portugal (2004, 2006, 2008, 2010 e 2012) e três na Espanha (2008, 2010 e 2012). No ano que vem, a edição de Lisboa também já está confirmada. 

Rock in Rio 2015 confirmado no Brasil

Durante coletiva para a imprensa na área vip do festival, no início da tarde deste sábado (21), Medina confirmou a edição de 2015 do Rock in Rio no Brasil em comemoração aos 30 anos do evento. "Desde a volta do Rock in Rio ao Brasil nossa intenção era realizarmos uma edição a cada dois anos. Nada é garantido, mas estamos trabalhando muito para que o Rock in Rio permaneça no calendário do país por muitos anos", disse Medina. 

Sob um calor de 35ºC, os portões foram abertos pontualmente às 14h. Neste último fim de semana de festival, mais uma vez a correria tomou conta dos ansiosos por serem os primeiros a entrar na Cidade do Rock.

Neste sexto dia de Rock in Rio, John Mayer e Bruce Springsteen são as atrações mais esperadas do Palco Mundo -- onde também se apresentam Skank e Phillip Phillips.

O Palco Sunset recebe os encontros de Orquestra Imperial e JovanottiMoraes Moreira, Pepeu Gomes e Roberta Sá, depois Ivo Meirelles, Fernanda Abreu e Elba Ramalho e finalmente Gogol Bordello e Lenine -- que encerra a programação tocando sozinho a partir das 21h30.

"Ame ou odeie"

O Bon Jovi encerrou a sexta-feira com um show em marcha lenta. Sem o baterista Tico Torres (substituído de última hora) e o guitarrista Richie Sambora (já em situações de conflito na banda há algum tempo), restou para Jon e o tecladista David Bryan defenderem os clássicos da banda. Não deu muito certo, o show estava modorrento. De diferente, estava a fã que subiu ao palco e ganhou selinho de Jon e o cover de "Start Me Up", dos Rolling Stones.

Exemplo clássico do perfil de "ame ou odeie" que parece recair sobre praticamente todas as atrações deste quinto dia de Rock in Rio, os canadenses do Nickelback - liderado por Chad Kroeger, atual marido da cantora Avril Lavigne - são ao mesmo tempo uma das bandas que mais vendeu discos no mundo, mas também uma das mais perseguidas pelos odiadores da internet. Ao contrário do que se poderia esperar, porém, o grupo não teve de enfrentar vaias e foi acompanhado pela plateia do início ao fim da apresentação com um repertório que alternava faixas mais pesadas como "Animals" a baladas como "Photograph" e "How You Remind Me".

Já o Matchbox Twenty ajudou a esquentar o público para o Bon Jovi cantantando sucessos radiofônicos como "3 A.M." e "Unwell" e "Push". "So Sad So Lonely", do álbum "More Than You Think You Are" (2002), com seus solos e pegada mais roqueira, foi uma das faixas que mais cativaram o público, que acompanhou com palmas, enquanto o vocalista descia do palco para cumprimentar o fãs. "Procuramos por isso [tocar no Rock in Rio] durante nossa vida inteira", afirmou o vocalista Rob Thomas logo no início da apresentação.

Velho conhecido do Rock in Rio, Frejat teve a responsabilidade de abrir o Palco Mundo, com show recém-saído do forno. Encarnando um crooner romântico, o cantor e guitarrista deu o pontapé na nova turnê com o sugestivo nome "O Amor é Quente" --título de sua nova música, cujo clipe foi lançado nesta sexta-feira (20) exclusivamente pelo UOL. O tal show novo não teve tantas novidades assim. Fora a música inédita, Frejat cantou "Divino, Maravilhoso", famosa na voz de Gal Costa, "A Minha Menina", de Jorge Ben, e "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia, além de sucessos do Barão Vermelho e Cazuza como "Malandragem", "Bete Balanço" e "Pro Dia Nascer Feliz".

No Palco Sunset, conhecido por duetos e encontros de diferentes artistas, o destaque foi o show de Ben Harper, que estreou no Rock in Rio ao lado do lendário bluesman Charlie Musselwhite. O espaço ainda recebeu apresentações The Gift e Afrolata, Grace Potter and The Nocturnals e Donavon Frankenreiter e Mallu Magalhães com a banda Ouro Negro.

A vez do rock no Rio

A segunda parte do Rock in Rio, que se estende até domingo e conta com atrações mais roqueiras e pesadas do que na semana passada, teve início nesta quinta. O destaque da noite foi a apresentação do Metallica, que voltou ao festival após dois anos, com repertório que revirou praticamente toda a discografia da banda em um show de 2 horas e 10 minutos de duração.

O saudosismo também deu as cartas no show dos veteranos do grunge Alice in Chains, que levaram os fãs de volta ao ano de 1992, época em que a banda lançou "Dirt", um de seus álbuns mais celebrados, que ajudou a compor o repertório da apresentação.

Principal palco do festival, o Mundo teve ainda nesta quinta os brasileiros do Sepultura, que tocaram junto com o grupo francês de percussão Tambours du Bronx, e os suecos do Ghost BC, em sua apresentação performática repleta de provocações à igreja católica que não animou muito o público da Cidade do Rock.

Pelo Palco Sunset, passaram nesta quinta-feira dois antigos conhecidos dos fãs de rock no Brasil: o ex-Skid Row Sebastian Bach e Rob Zombie, que já tinha vindo ao país em 1996 à frente da banda de metal White Zombie.