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Rock in Rio se vende como festival de rock, mas é um parque de diversões

José Norberto Flesch

Do UOL, no Rio

14/09/2013 04h46

É a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, mas pode imaginar que é Orlando, na Flórida. Quem costuma ir a um dos parques de diversões daquela região dos Estados Unidos vai se sentir em casa na Cidade do Rock, que abriga pela segunda vez o Rock in Rio.

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A começar pela Rock Street, espaço que neste ano homenageia a cultura britânica. Uma rua cheia de estandes de comida em frente a brinquedos, como um elevador daqueles em que a pessoa "cai" sentada em queda livre.

Do outro lado, uma montanha russa e uma roda gigante em meio a mais estandes de comida e bugigangas. Como se não bastasse, há uma tirolesa que, nesta sexta-feira (13), deixava o interessado esperando até três horas na fila para ter a sua vez.

Por mais que o projeto do evento o venda como um festival de rock, o conceito, ao longo dos 28 anos de Rock in Rio, foi se adaptando cada vez mais ao de um parque de diversões de padrão norte-americano.

Sim, há música também, mas que parece estar lá apenas para contemplar a diversão. No primeiro dia, por exemplo, se viu uma micareta e uma balada, comandadas respectivamente por Ivete Sangalo e David Guetta, para servirem como transição e entrosamento para o grand finale da noite, o show de Beyoncé. É como quando você vai ao parque da Disney e, no fim do dia, fica para ver a parada musical do Mickey.

Primeira noite de festival

Como uma rainha que conquistou seu império, Beyoncé subiu ao Palco Mundo -- já na madrugada do sábado (14) -- para encerrar a primeira noite do Rock in Rio 2013 com o público na mão, efeitos no palco e muita jogação de cabelo. Com a maquiagem pesada, a diva pop abriu sua apresentação com a espécie de grito de independência feminino "Run The World (Girls)", emendado com "End of Time", hits de "4", seu disco mais recente. O show teve direito até a "Passinho do Volante (Funk do Lelek)", hit do MC Federado e os Lelekes. Para surpresa geral dos fãs, a cantora até tentou emular um "quadradinho", já no fim do show.

Diva brasileiríssima, Ivete Sangalo comandou os momentos mais animados da noite até a chegada de Beyoncé. Acompanhada de 12 músicos e seis bailarinos, a baiana mostrou no Palco Mundo um show inédito no embalo do disco "Real Fantasia", lançado no ano passado. Bem humorada, pediu até um ventilador no palco --praticamente uma marca registrada da cantora norte-americana. "Não disse que ia ter ventilador, gente?", brincou Ivete ao imitar a pose de Beyoncé, com a mão na cintura e os cabelos em movimento.

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David Guetta foi um dos destaques da noite, mantendo a empolgação de um público claramente interessado em curtir a dobradinha de divas: Beyoncé e Ivete Sangalo. Com um show com pirotecnias e luzes não necessariamente recentes, mas ainda impactantes, o DJ francês ganhou o público no principal palco do festival.

Já no Palco Sunset, destinado a encontros inusitados entre bandas e artistas de diversas vertentes da música nacional e internacional, os destaques foram as apresentações do grupo Living Colour com a cantora africana Angelique Kidjo e a dobradinha improvisada da brasileira Maria Rita com a belga Selah Sue. A maior parte dos shows nesse palco, que teve ainda a boa surpresa da banda Vintage Troubre tocando com Jesuton, sofreu problemas de som.

O evento
A quinta edição brasileira do Rock in Rio começou nesta sexta e vai até o dia 22 de setembro. Mais de 160 artistas irão se apresentar em cinco espaços diferentes, divididos entre os sete dias de programação. Quase 600 mil pessoas estão sendo esperadas durante o festival, com uma média de 85 mil espectadores por dia.

Neste sábado (14), a programação do Palco Mundo inclui os brasileiros do Capital Inicial, o punk pop do 30 Seconds to Mars, as influências soul do Florence and the Machine e o indie pop do Muse. Já o domingo (15) investe no pop com influências de R&B de Jota Quest, Jessie J, Alicia Keys e Justin Timberlake.